CÂMERA ESPIÃ #10 - FZNNN, DA GAMELANDERS
Melhorar, triunfar, cair, tentar de novo. A rotina no VALORANT pode ser muito desgastante e só os que não desistem chegam lá. É justamente por essa persistência que Fernando "fznnn" espera ser reconhecido quando não for mais um competidor. Mas agora não é hora para previsões, o presente é fundamental para a Gamelanders, e só as glórias interessam.
Para muitos, a fórmula do sucesso é bem simples. Outros mais experientes sabem que não existe mágica, mas afinal: o que explica o 2020 tão vencedor da GL?
“Iniciamos o time de uma maneira diferente de todo mundo, a gente já se conhecia de outros jogos, já tínhamos amizade. Não juntamos cinco pessoas do nada para jogar. Fora a experiência nacional e internacional que todo mundo tinha”, afirmou.
A estrutura da equipe foi outro ponto fundamental na química da equipe, o time formado por velhos amigos conseguiu fazer um bootcamp no Rio de Janeiro para se preparar para o First Strike.
“A estrutura foi muito importante. Eles nos deram um bootcamp no RJ e tivemos a primeira experiência em time ali, treinando, convivendo e jogando juntos todos os dias. Ficamos lá por um mês treinando apenas para o First Strike, foi um dos momentos mais importantes para nós enquanto time”, lembrou.
A semana foi marcada pela quebra do tabu de mais de 100 jogos pela Vision Strikers, da Coréia do Sul. Com a Gamelanders a quebra foi um pouco mais traumática, perdendo a final da Aorus League #3 para a Sharks. No entanto, fznn admite estar “cascudo” com as derrotas.
“Foi um pouco triste porque foi a nossa derrota juntos em uma final. É sempre triste perder, mas levamos como aprendizado, como melhorar. Claro que sempre dói, mas não foi nada de mais, estamos acostumados com isso”, garantiu.
Fznnn é um dos poucos iniciadores que se manteve fiel ao Sova na grande parte dos mapas. Sobre possíveis mudanças no futuro próximo, ele parece estar satisfeito com o kit do agente russo.
“O único mapa que não é viável é na Split e sou muito bom com o Cypher lá. Nos outros mapas eu sou o único com bastante maestria com o Sova e não dá para tirar ele. Mas futuramente, talvez com alguns updates ou novos agentes, consideramos mudar sim”, afirmou.
Resposta frequente da Gamelanders, o fato de estarem em evidência sempre os tornou alvo de estudo dos adversários. A respeito dessa atenção, ele considera que a mudança constante pode ser a chave para se tornar mais imprevisível.
“Existe uma forma de evitar (ser lido), mas é bem complicada. Ao mesmo tempo em que você é estudado, precisa mudar seu jogo e criar coisas novas. É bem difícil, às vezes uma mudança no patch ajuda. Mas é normal por estar no topo, todos querem ganhar de você. Acho que é só com experiência e tempo, vendo o que dá pra mudar”, alertou.
Próximo adversário de Fznnn, Matias “Saadhak” falou recentemente sobre o meta do Brasil estar atrasado em relação ao mundo. Na visão do iniciador, as composições vão variar de região para região e priorizam o conforto da equipe.
“Acho que cada região tem seu próprio meta, jogam com o que é mais confortável. Às vezes tentar inventar ou forçar uma situação não é bom. A gente aqui tenta criar tudo, testar durante a semana e até temos coisas novas que ainda não usamos. Não discordo dele, só acho que pensamos de outra maneira”, explicou.
Experiência não falta para a Gamelanders, já que todos ali tiveram experiências nacionais e internacionais em outros jogos. Já chegaram lá, sabem o gosto do sucesso. Nesse caso, como as derrotas impactam um jogador? Doem mais ou menos?
“Doer sempre vai doer, aquele sentimento de que poderia ter feito algo diferente. Eu particularmente, depois de 10 anos competindo, sei lidar bem com derrotas, sei tirar proveito das vitórias e derrotas, mas é sempre bom ganhar”, afirmou.
Diferente da primeira final perdida pela GL, a derrota para a Team Vikings por 3-0 na final do Masters Regional foi mais impactante e sentida pela equipe. Fznnn considera o revés um capítulo importante na história do time.
“Aquela derrota foi o momento que sentamos e vimos tudo que estávamos fazendo, olhando para dentro e ver o que poderíamos melhorar, seja em treino ou em jogo. Aprendemos muito com a derrota, foi um momento importante”, lembrou .
O assunto derrota acaba se tornando inevitável, principalmente quando falamos de um time que esteve no topo por tanto tempo. Apesar disso, o 2021 da Gamelanders não é um desastre. A equipe disputou as finais dos dois campeonatos que possibilitaram isso nesta temporada. Mesmo assim, ele afirma não se importar com a repercussão.
“Acho que não é exagero, o pessoal gosta de ver a gente perder, até porque seria chato um time ganhando toda hora, rola uma invejinha de algumas pessoas (risos). Mas para mim é tranquilo, foco em mim e no meu time, curto muito a torcida, o resto não me importo muito, não”, frisou.
A Gamelanders estreou na Fase 2 contra a SLICK. A partida começou com um sonoro 6-1 de aspas e cia, mas mudou totalmente após o famoso "Pause do Katraka”. A GL anotou simplesmente 12 rounds em sequência e saiu vencedora. Sobre a mudança repentina, fznnn ao estilo de jogo.
“No pause conversamos e vimos que estávamos com outro pensamento. Tentamos uma coisa no primeiro armado e não deu certo e no segundo também. Então pausamos e mudamos a abordagem, jogando mais agressivo, colocando pressão nas pontas e conseguimos o resultado”, comentou.
Agora mais uma vez um confronto decisivo contra a VKS. Sobre o confronto, ele não poupa elogios, destacando a versatilidade e capacidade de reinvenção dos Vikings.
“Eles são o time que mais se reinventa no cenário, eles tentam explorar ao máximo cada agente e cada função. Eles são o time do momento e estão se reinventando sempre, que é o que a gente não fez”, afirmou.
Assista a fznnn no VALORANT Challengers Brazil
Para assistir à Gamelanders de fznnn e a todos os outros times do VALORANT Challengers Brazil, fique ligado nos nossos canais da Twitch, YouTube e agora também na Nimo TV. O campeonato rola no próximo sábado, dia 17, a partir das 19h.