CÂMERA ESPIÃ #8 - SUTECAS, DA TEAM VIKINGS

Entrevista com o controlador da Vikings que venceu o Masters regional e quer muito mais

“Quero ser lembrado como o cara que conseguiu chegar no topo do seu jogo e da sua carreira”. Em poucos meses, Gabriel "sutecas" Dias vem dando largos passos para um dia cumprir seu objetivo. O controlador acaba de ser campeão do Masters Regional e não quer parar por aí.

Mas qual o segredo de um time com tantos resultados bons, com tanta performance individual e coletiva e que vem se consolidando como um dos melhores do país? Para sutecas, o sucesso passa pela humildade do grupo.

“O segredo é não ter segredo (risos). Os cinco jogadores se entendem, ninguém acha ruim quando apontam erros, temos diálogo, tentamos ver o melhor para cada situação, não problematizamos as coisas. Sempre iniciamos a conversa já trazendo uma solução. É um time sem ego, um ambiente muito bom”, completou.

A Team Vikings foi a primeira organização a entrar profissionalmente no cenário competitivo, porém a formação atual só se juntou no final de dezembro de 2020. O convite que partiu de Gustavo “sacy” Rossi, veio de forma no mínimo curiosa.

“Eu já conhecia o Sacy, jogava contra ele. O convite foi meio inusitado (risos), ele estava vendo minha live e me chamou no chat, pedindo para eu olhar a DM no Twitter. Era ele me chamando para entrar para o time, fazer a função de controlador. Ele me acompanhava e achou que eu seria um bom encaixe para o time”, lembrou.

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(Reprodução/Team Vikings)

Sutecas teve uma carreira interessante em outros FPS, sua experiência competitiva, até mesmo em torneios fora do país, não ficou apenas no passado. Além do aspecto psicológico, o jogador afirma que sua experiência o ajuda até hoje.

“Consigo trazer coisas até hoje que consigo aplicar no VALORANT. Principalmente domínios de espaço, entrada num determinado site. A mentalidade é muito parecida então consegui “importar” para o jogo”.

A VKS rapidamente conseguiu um entrosamento impressionante e a campanha em 2021 é invejável: a equipe perdeu apenas uma série neste ano. Sobre o encaixe rápido, sutecas acredita que a mentalidade alinhada do time seja a fórmula.

“Pela mentalidade de todo mundo. Todo mundo quer a mesma coisa e está disposto a sacrificar tudo por isso (ganhar tudo)”, garantiu.

Depois da classificação ao Masters, a equipe estreou com um susto. No primeiro mapa do torneio, contra a Sharks, a Vikings foi amassada na Haven. A derrota, porém, seria a última da VKS no torneio, já que o time voltou completamente resetado e virou o jogo em 2-1.

“Acho que foi muito mérito deles mesmo, senti que eles fizeram muito anti-tático contra a gente no primeiro mapa. Mesmo ganhando, nós nunca relaxamos, sempre tentamos corrigir pequenos detalhes e resetar para o próximo. Fizemos a mesma coisa nas quartas e deu certo”, comentou.

Na semifinal contra a paiN Gaming, a série foi até mais tranquila. O primeiro mapa foi desafiador, mas os Vikings venceram por 13 a 8. Já na Haven, o placar mais elástico do Masters Regional: 13-1 e vaga carimbada na final. Sobre a vitória avassaladora, sutecas não se importou com o placar.

“Costumo falar que vitória é vitória, não importa o placar. Eu nem levei em conta que foi um 13-1. Cheguei na final com a mentalidade de que era necessário mais uma vitória, independente do placar. Gosto de pensar passo a passo, para evitar erros e afobação”, garantiu.

A final era simplesmente contra a Gamelanders, os campeões do First Strike e conhecidos por quase nunca perderem finais. Apesar de não terem treinado especificamente para enfrentá-los, a GL sempre esteve no radar da VKS.

“Não teve uma preparação específica, mas quando a gente treinava, já imaginava que enfrentaria eles na final. O time que mais absorvemos coisas, estudamos e prestamos atenção foi a Gamelanders, já para “ficar espertos” com eles”, garantiu.

A Icebox foi o mapa final que sacramentou o título da Team Vikings, curiosamente também foi o melhor mapa estatístico do controlador. Anotando 21-19-4, ele afirma ter jogado os dois primeiros mapas menos concentrado por conta da saúde.

“Eu estava confortável em todos os mapas. Sendo honesto, joguei os dois primeiros mapas meio “lento” porque estava meio doente e tomei anti-alérgico. Para o terceiro, tomei um energético e fiquei um pouco mais tranquilo, consegui jogar melhor. Mas acho que acrescentei muito na questão tática, peguei muita informação para o time na Bind, por exemplo”, relembrou.

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(Reprodução/Team Vikings)

Um dos responsáveis pela crescente da VKS é o capitão Matias "Saadhak" Delipetro, o sentinela argentino que vem chamando a atenção não só pelos frags, até incomuns para sua função, mas também pelo cérebro que rege a equipe.

“Acho que ele é o jogador mais dedicado com quem já joguei. Ele estuda muito todas as regiões, traz muita coisa para o time. Dentro de jogo ele é um líder, além de capitão. É um diferencial muito grande essa responsabilidade e controle sobre o time que ele possui. Taticamente ele tem muitas situações na cabeça, coisas que ele consegue passar muito rápido até durante uma partida”, elogiou.

O adversário deste final de semana é a VORAX, curiosamente, a única equipe a vencer uma série da Team Vikings. Ainda na Etapa 1, os Vorazes bateram os Vikings por 13 a 11 na Bind, em um jogo que sutecas considera “fundamental”.

“A derrota (para a VRX) foi bem importante para ganharmos o Masters e aprender muita coisa. Foi uma semana difícil antes do jogo e a derrota serviu para darmos uma acordada e arrumar a casa. Espero uma Md3 difícil, mas estou confiante que vamos trazer a vitória dessa vez”, afirmou.

Como Controlador, ele basicamente só trouxe o Omen durante todo o ano de 2021. Com uma breve exceção, uma Icebox em que ele trouxe o veneno da Viper. Com a Astra liberada e já começando a aparecer, sutecas garante que a agente ganense veio para ficar.

“A Astra é um agente muito bom para domínio e execução, até melhor que o Omen. O problema são as smokes mais curtas, mais precisas, talvez. Mas ela domina lugares de uma forma que nenhum agente faz. O Omen é um agente mais explosivo, pelo Manto Sombrio e Paranóia. A Astra deve sim aparecer nos próximos jogos”, garantiu.

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(Reprodução/Team Vikings)

As estatísticas simples mostram que sutecas costuma ser o jogador com menos frags na equipe, o que não espanta, já que as duplas gtn/frz e Sacyhak não vêm deixando sobrar muitos bonecos. Sobre essa posição, sua resposta só confirma a mentalidade dos Vikings sobre a falta de ego.

“Eu não foco muito em matar. Vejo o controlador como um suporte no LOL, por exemplo. Se eu focar em frags, com certeza não vou dar o suporte da forma certa. Muita gente presta atenção só no scoreboard, isso é uma análise rasa. Na final, por exemplo, meu melhor mapa foi a Bind, consegui ajudar o time a fazer boas rotações porque estava ganhando espaço muito rápido, e foi um mapa que eu fiquei negativo. Da mesma forma que eu sou o que menos vai matar, também serei o que menos vai morrer. Então acho que estou desempenhando minha função muito bem”, confessou.

Assista a sutecas no VALORANT Challengers Brazil

Para assistir à Team Vikings de sutecas e a todos os outros times do VALORANT Challengers Brazil, fique ligado nos nossos canais da Twitch, YouTube e agora também na Nimo TV. O campeonato rola no próximo sábado, dia 3, a partir das 19h.

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