Pausa Tática #01 - Viper e Yoru chegam para ficar?

Novo quadro traz a opinião de analistas e jogadores profissionais sobre as escolhas do meta atual

O VALORANT é cada vez mais imprevisível, e o cenário competitivo não pode ficar parado. A cada Fase, novas composições, agentes e estratégias vão surgindo, mas não se engane: nada é aleatório. O "Pausa Tática" será seu guia para explicar as escolhas, o meta e as estratégias no VALORANT Champions Tour.

Essa semana ficou marcada pela composição incomum da Team Vikings. Na partida contra a SEMORGAINDA na Md1 da Fase 2, a equipe resolveu ousar e trouxe uma composição com Viper (Saadhak), Yoru (gtn), Skye (frz), Astra (sutecas) e Sova (Sacy). Antes de analisar a composição, é importante destacar duas coisas.

A primeira é que essa vontade da VKS não surgiu do nada. O próprio sentinela e capitão da VKS falou na entrevista pós-jogo ao final da Fase 1 que o verdadeiro meta era “sobre informação” e que nossa região estava atrasada em relação ao que vinha acontecendo fora do país.

Outra coisa é que o momento da Team Vikings é o melhor possível para testar coisas, já que os campeões do Masters Regional também passaram com tranquilidade pela Fase 2 e jogam no próximo sábado (17) contra a Gamelanders por uma vaga na Final Brasileira. Se acharam que eles iam se acomodar no posto de equipe a ser batida, acharam errado.



Saadhak não foi pioneiro no Brasil nesse quesito. Antes dele, Khalil (FURIA) já havia escolhido Viper, além do próprio companheiro de VKS, sutecas, ambos os jogadores na Icebox. O argentino foi o primeiro sentinela a escolher (talvez mostrando o uso futuro) e em outro mapa: a Ascent. Sobre as novidades, ele diz que quer permanecer no topo.

“Estamos tentando inovar, achamos que são agentes que impactam muito na partida. Estamos testando e sabíamos que usar contra a SEMORGAINDA daria certo. Fazemos essas mudanças porque é mais difícil se manter no topo do que chegar até ele”, afirmou.

O Yoru escolhido por gtn foi ainda mais histórico. Somente mwzera (Gamelanders) havia escolhido o agente antes, em um único mapa, a vitória sobre a Sharks na Bind durante a Fase 1. A escolha “ousada” não veio por acaso: a VKS estudou o agente e foi convencida pelo kit do duelista. Para gtn, os ajustes foram fundamentais para a escolha.

“Desde quando ele foi buffado, começamos a estudar ele melhor, ver os pontos fortes e fracos. Vimos muita coisa boa nele, a ultimate, a bang, o teleporte e até mesmo os passos. São apenas seis orbes para a Ultimate também. Ele consegue executar um ponto e pegar toda a informação. Ele tem algumas desvantagens na defesa, mas as vantagens compensam, então resolvemos trazer”, lembrou.

O que os gringos têm feito?

A Viper não é novidade no cenário internacional. A agente venenosa já é queridinha dos europeus há um bom tempo e é figurinha carimbada nas composições por lá. Além do VCT Europeu, ela aparece frequentemente na Turquia e também pintou no Japão e na Coreia. Para quem se pergunta se Viper ganha jogos, a resposta é: com certeza. A Acend, campeã do Masters Europe frequentemente a inclui nas composições pelas mãos de Vladyslav "Kiles".

Yoru já é uma escolha bem menos frequente e vem aparecendo mais, por coincidência ou não, no continente asiático. Ele até apareceu na América do Norte no início do ano, escolhido por Ryan "Shanks”, da NRG, mas foi na Ásia que ele ganhou consistência. A dupla de duelistas sul-coreana Kim "HANN" e Lim "Has1ra14" da World Game Star tem se revezado com o agente no VCT Korea.

O que dizem os analistas?

Conversamos com Letícia “LET” e Guilherme “spacca”, analistas do VALORANT Challengers Brazil para entender um pouco mais sobre esses picks inusitados. Para LET, a defesa é onde está o grande potencial da Viper, mas lembra que não é uma agente simples.

“A Viper era uma agente que o Saadhak já pegava em ranqueadas, com os buffs ela consegue segurar muito mais os rushes, por exemplo. Acho que especialmente na defesa ela está muito forte, dá para ver em outras regiões. Mas é preciso muito estudo, não é fácil jogar de Viper”, alertou.

Spacca lembrou sobre as composições com mais um Controlador ou até mesmo na função de sentinela, posição que Saadhak sempre desempenhou.

“A Viper como sentinela consegue solar alguns spike sites e ao mesmo tempo ajudar o time com a cortina de fumaça. Depois desse buff ficou muito evidente. Lá fora a gente vê ela com dois controladores, com a redução de vida ficou ainda mais forte. É uma novidade no cenário brasileiro, mas que é comum lá fora e ficou ainda mais forte”, completou.

No caso do Yoru, ambos têm um pouco mais de cautela, mas consideram os buffs no agente fundamentais para ser uma escolha viável. Spacca elogiou o desempenho de gtn na busca por informação.

“Sobre o Yoru, achei muito bom o jeito que o gtn utilizou, ele tomava o dardo do Sova e se reposicionava logo em seguida. Para pegar informação é muito forte, usando sua flash para ganhar espaço, até se expor, ser pego por uma câmera, mas dar o teleporte em sequência e continuar vivo”, comentou.

LET enxerga a VKS como um time muito estratégico, que joga muito pela informação. Apesar da vitória e do bom desempenho, ela vê Yoru como um agente mais situacional, mas acredita que a tradicional Raze do gtn deve continuar liderando os picks do Duelista.

“Eu acho que eles estavam mais testando coisas do que qualquer coisa. Acho que tentaram mais possibilidades, especialmente com o Yoru, mas não acho que ele deve entrar no nosso meta, a Raze do gtn deve seguir como prioridade”, finalizou.

Veja as mudanças na prática

Você pode ver as análises em prática assistindo ao VALORANT Challengers Brazil. As transmissões da Fase 2 seguirão aos sábados e domingos, sempre às 19h. Fique ligado nos nossos canais de transmissão:

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